quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Flor e Raiz

O que é o amor?
Só sei que sou flor
E apaixonada estou.
Em verdade amo a raiz
Mas que destino infeliz
Pois sem ela eu não vivo.
E se um dia nos encontrarmos
Será um caso encerrado
Pois o meu corpo já ressecado
A terra irá beijar.
E então, já tão enfraquecida
Rezarei à chuva que ela caia enfurecida
E me entregues ao meu amado
Só assim repousarei ao teu lado.

Peço

Oh Deus!
É tão ingênuo o meu amor
Desliza sempre em seu pudor
Amordaçando o seu calor
Oh Deus!
Seria tão bom se derreter
Convalescendo de prazer
As nossas trilhas percorrer
Oh Deus!
Como eu queria agora estar
Na nossa cama a delirar
Mas estou prestes a acordar
Oh Deus!
Por favor, não o deixe ir
Pois estou prestes a explodir
E o meu corpo a sucumbir
Oh meu Deus!
Pela ultima vez te peço
De volta ele eu quero
Ou então me desespero.

Tudo acabado

Que tolice a minha
Achar que um dia seriamos um
Um universo a nos rodear
Tantas coisas a se ressaltar
Esperanças que estavam por acabar

Bicho solto, cão e lobo
À procura de outras bocas
Amargura eu senti
E sofri só pra mim
Estranha a tudo enfim

Que tolice a minha!
De quente passei a ser fria
Achei que o peito agüentaria
Mas depois de algum tempo
Cada parte de mim morria

Foi-se beleza, viço e alegria
Sobrou apenas agonia
Solidão a dois
Cama vazia...
Separação depois.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Jogado às traças...
Eu estava lá, sozinho.
Um local frio, escuro, empoeirado
Entristecido pelo abandono
Destratado pelo descaso
Pessoas passavam por mim
E não me olhavam, sequer me tocavam
Apenas admiravam a grandeza da minha casa
Tenho tantas coisas lindas para dizer
Tenho tantas verdades para refletir
Sou tão misterioso e às vezes tão previsível
Sou emoção...
Meu interior é tão opulento...
Seria tão bom que eu pudesse falar...
Saudades dos toques das mãos
Saudades dos teus olhos em mim
Saudades de fazer teu coração palpitar
Saudades de te fazer sorrir e até mesmo chorar
Saudades de quando eu era novo...
Agora apenas um velho LIVRO sou.